Por: Joel Mocochinski

1950. A segunda metade do século passado foi marcada pelas consequências do desfecho da Segunda Guerra Mundial. Movimentos de libertação de países árabes do norte africano, queda de governos ditatoriais nas Américas Central e do Sul, reorganização de países na Europa e no Cáucaso.

Na aparência o mundo rumava para as liberdades democráticas marcadas pelos ventos socialistas que sopravam do então Bloco Socialista Soviético. Só aparentemente, pois as forças conservadoras estavam atuantes como nunca. Basta lembrar o vergonhoso isolamento de Cuba e o imenso passo atrás do Golpe Militar de 1964 no Brasil.

Foi nesse contexto que o nosso personagem viveu sua infância, adolescência e juventude. As escolhas que ele fez nem sempre eram fáceis, uma vez que as fazia sempre premido pela necessidade de sobreviver sem fazer concessões que contrariassem seu código pessoal de conduta. Esse código lhe dizia coisas como: ¨se vai fazer, faça bem feito; se prometer,cumpra! exija ser respeitado, mas respeite as pessoas, sejam elas doutores ou peões¨. Como essas coisas sempre estão meio fora de moda, era fatal que ele parecesse algo estranho no ambiente frequentado. Sem vocação para herói, também não podia se acovardar quando as lutas pelas liberdades aglutinavam os setores mais avançados da sociedade para dar um basta ao atraso. Tomou parte disso tudo até o limite de suas possibilidades. Como tudo terminou? Acho que não terminou; nem terminará.