Por: Neyse Rosa
Narciso é um personagem da mitologia grega cuja beleza foi capaz de fazer objetivar o ato patético de apaixonar-se por si mesmo. Quando viu sua imagem refletida no espelho d’água de um lago, ficou estagnado, embevecido com a sua própria formosura. Este encantamento o alucinou e isto foi a sua perdição. Ficou ali contemplando até sucumbir de inanição.
Diz a sabedoria popular que “quem vê cara não vê coração”. Talvez tenha sido isto o que aconteceu com Narciso. Ele só viu a cara, não viu o coração. Não concebeu que o espelho tem outras facetas. Tantas quantas pessoas o olham e como se vêm segundo ele revele e as convide a desvendá-lo, ou melhor, a desvendarem-se.
Narciso não conseguiu ultrapassar a superfície, ir ao fundo, às profundezas, ao umbral aberto a outros mundos, a outras dimensões, a outras realidades... o outro eu, o ego, o ser... A alma.
Nós vamos até lá em busca da verdade... Ou tudo não passa de uma falácia? Qual será o parecer da Valéria?
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