A FILHA DO VENTO
Por: CLAUDIA MORETT
Sarah Goulart, chamada “A filha do Vento”, nasceu sob o signo do ogro e da estrela. A criança fantástica livre, nunca abandonaria a mulher que o destino entregaria um dia a própria encarnação do Demônio.
Os cerrados da pequena Soledade dividiam com ela seus mistérios. Sinais que a população ignorante desconhecia. Era entre os mundos que Sarah vivia. E morria!
A mente inquieta, os nervos ardentes, os olhos fixos em todas as coisas. Suas pupilas negras ladeadas pelo azul quase violeta absorviam as luzes e as trevas, elas engoliam o universo e o guardava lá dentro. Nascera com um dos poderes dos “Upirs”. Os magníficos olhos azuis dominavam e desarmavam. Podia ler as pessoas, por isso compreendia os silêncios de Igor chamado “O Filho da Feiticeira Luma”, por isso amava Luma e sua antiga sabedoria, desprezando toda cidade que perseguia a mulher e seu filho. E compreendia a fúria de Alexandre: “O Menino Mal”. Sarah conduzia a guerra seus anjinhos: O amado amigo Marcel, e Alexandre que a repelia e atraia.
O estigma de Sarah começou com a inexplicável “possessão” de Anita Carvalho, e a tragédia que se abatera sobre a família. Era o inicio de seu suplico, o destino a levaria por caminhos esquecidos pelos homens.
“Se o Demônio a estivesse buscando um dia a encontraria”
Ela dizia a si mesma quando acordava dos pesadelos. O destino a estava conduzindo, tão ardilosamente, que mesmo dotada de sensibilidade incomum, a surpreenderia diversas
vezes. Embora zombasse do Demônio, e duvidasse dele, um dia estaria diante de seus olhos, que não eram sanguinários, eram tão doces e serenos que a enlevavam.
Os olhos negros de Damien Barreto. Aquela que pode ler os signos e os sinais, os olhos e os silêncios, conhecem a dor oculta e a verdade, só não sabe se o Diabo compreenderá o real sentido do amor.
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