Por: Lindberg Garcia

"Causos Que A Vida Conta", reúne narrativas de vida por vezes pungentes e dramáticas, outras de traições e desenganos em que a alma se desnuda ante a crueza da dor e sofrimento. O que levaria aquela moça feia da roça levar sempre consigo uma garrucha de dois canos, calibre 380, a propagar para quem quisesse ouvir, "mato sem dó e sem piedade. E aquela ave de arribação, de olhos verdes faiscantes, corpo sinuoso, teria encontrado um novo ninho que a abrigasse? Como foi que uma esposa amorosa veio a cultivar a erva daninha do ciúme? São histórias fáticas, a maioria delas vividas naquela joia incrustada no planalto das Minas Gerais, a aprazível Araxá. Outras, mais além, mas nem por isto menos interessantes. Há também os casos, ou melhor os causos hilários, anedóticos, cujos personagens parecem sair do célebre romance, "As Surpreendentes Aventuras do Barão de Munchausen". O que aconteceu com o cozinheiro improvisado para que ele filosofasse sobre o que urubu come? Uma caçada de paca que deu errado por causa de um incontinência urinária. O que levou aquele leitor habitual de guias astrológicos a decepcionar-se ao tentar conhecer o astrólogo que fazia as previsões astrais publicadas em um jornal diário? E o furto esclarecido pelo Delegado de Polícia, com uma conclusão mais que inédita, repulsiva até para o amigo do alheio? Não fossem alguns causos testemunhados pelo próprio autor, poderia se dizer ser mera ficção de algum escrevinhador. De surpresa em surpresa, o leitor vai conhecendo os personagens, seu vocabulário caipira na comédia de vida das pessoas de um outro ontem, que se perderiam nos tempo não fosse o autor capturá-las para deleite do leitor de "Causos Que A Vida Conta". Boa leitura.