experimentos em artes visuais e poemas conspiracionais
Por: Mauricio Duarte
Anti-arte? Como assim?
Numa perspectiva ampla, ilustrar é “iluminar alguma coisa.” Desde
Gutemberg, essa alguma coisa é um livro e a reprodutibilidade desse livro
tinha sido garantida através dos tipos móveis criados pelo artista
gráfico alemão.
Capturar a “essência” de algo não é a questão. A questão é:
a poeticidade das ilustrações não significa nada sem um texto
que as complete. Podemos falar do lugar da ilustração em
pesquisas acadêmicas e podemos falar
sobre o lugar ontológico da ilustração.
Felizmente ou infelizmente, tudo o que podemos tocar, ver, cheirar
e outras das capacidades cognitivas humanas (em linguagem
específica) tem um discurso por trás, tem um texto por trás.
Contudo, a ilustração “em si mesma” não necessita disso.
O tema é vasto e não se esgota; podemos dizer que a ilustração
necessita de um texto para funcionar, mas ela tem suas próprias
questões; por exemplo: a ilustração pode ser narrativa,
informativa e... publicitária.
Embora eu não esteja fazendo arte panfletária; minha arte é um tipo
de “propaganda libertária” se isso existe ou existia. Não obstante, eu não
estou atrelado a nenhuma corrente da assim chamada linha anarquista
ou da corrente ortodoxa socialista e não, não estou
atrelado a nenhuma corrente direitista ou centralista.
Eu sou um artista visual e minha arte (ou anti-arte) é neoísta, conspiracional,
neodadaísta ou qualquer coisa que você queira chamar,
nada mais e nada menos.
Interferências em pseudo-ready-mades, mídias alternativas em pinturas
digitais e poemas conspiracionais, compõem o livro que visa estabelecer
diálogo entre as diversas esferas anti-artísticas do neoísmo.
Os limites entre ilustração, design gráfico e arte conceitual são estreitos
quando levamos em conta que, na atualidade, a arte contemporânea
chegou a um ponto sem saída, sem futuro.
As obras apresentadas neste livro correspondem às séries que
intitulei Materialidades e Vermelho Célere.
Representam minha produção artística do anos de 2008 e 2009
nessa linha conceitual.
Livros com menos de 70 páginas são grampeados; livros com 70 ou mais páginas tem lombada quadrada; livros com 80 ou mais páginas tem texto na lombada.
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