Por: João Carlos Machado
Torquato talvez seja, mais do que um mero experimento literário, a confissão de uma alma tomada por perplexidades sem fim em relação aos mistérios do mundo, aos abismos da existência e às profundidades da psique. Dois eixos conduzem a trama: as cogitações, embates e contradições transcendentais das personas filosóficas do bar Campos Elísios; e a voz melancólica de Bruno Ganimedes, em vacilante busca de si mesmo, às voltas com obscuras questões sexuais. Entrelaçados a esses eixos, agregam-se os pensamentos, reflexões, sonhos, devaneios e fantasias que rematam o complexo mosaico que constitui este livro. À maneira de Pascal na segunda conversão – lírica, substantiva, curta, direta, emotiva e menos discursiva –, cada frase abre uma nova janela, uma nova vista, numa longa sequência em diversos planos. O trágico e o cômico da matéria prima existencial ganham forma na linguagem densa e reveladora de Torquato.
Livros com menos de 70 páginas são grampeados; livros com 70 ou mais páginas tem lombada quadrada; livros com 80 ou mais páginas tem texto na lombada.
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