Por: Jaime D'Aquino

O amor entre irmãos biológicos é uma incomum circunstância da vida que pode induzir em quem dela tem conhecimento, sensações de incredulidade, de algo que se assemelha a uma aberração. Embora sendo raro, são eventos que existem sim e, a despeito das igualmente raras credibilidades a eles conferidas, têm suas razões de ser.

Um casal de gêmeos não idênticos e a irmã mais jovem formam, movidos por forças de seus estranhos destinos, um triângulo de relacionamentos nada compatível com os de irmãos, filhos de mesmo pai e mãe.

Desde a infância revelavam comportamentos adversos aos laços familiares deixando, sobretudo a mãe dos três excêntricos filhos, com o passar do tempo, cada vez mais atenta às suas atípicas maneiras de ser.

O que vinha sendo para ela preocupante transformou-se gradativamente em angústia, na medida em que os anos se passavam.

Percebeu claramente a partir de seus ingressos na adolescência que os gêmeos se buscam um para o outro tal e qual a dois jovens enamorados e que ainda a mais nova, embora em menor grau, também ame seu irmão.

Eles tentavam de todas as formas possíveis, principalmente os dois primeiros, ocultarem estes sentimentos a mãe querida, que há muito percebia suas naturezas e buscava desesperadamente a compreensão para os incomuns vínculos que os uniam. O inusitado evento que a afligia cada dia mais, tornou-se igualmente óbvio ao pai e as pessoas ligadas à família.

É uma dramática história de amor que envolve pais, filhos e amigos, em torturantes e anômalas circunstâncias da vida.