O texto original deste trabalho data do ano de 1996. Foi praticamente todo escrito sem interrupção, sob o impacto da notícia da morte do "Dedé", um dos meninos que frequentaram minha casa. O que foi escrito ficou guardado para ser aprofundado e divulgado em momento posterior. Seria minha homenagem para alguns seres humanos que nasceram e morreram sem ter direito a absolutamente nada; como se a vida deles não tivesse existido.
A busca pela minha sobrevivência fez com que não me sobrasse tempo para retomar o que foi começado. Resolvi agora terminar o trabalho iniciado. E deu no que vem a seguir.
É um relato dedicado aos meninos e meninas, ditos de rua, que conheci durante o trabalho com eles, quando fui funcionário da Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor - FUNABEM, hoje extinta. Em especial é dedicado, "post mortem", aos irmãos "Deíte" e Evair. A história deles está contada numa parte deste texto. "Deíte", principalmente, teve sua história muito próxima da minha e da dos meus amigos.
Perdi totalmente o contato com esses meninos e meninas. Por ter me transferido da cidade do Rio de Janeiro por alguns anos, acabei por me desencontrar dos meninos e meninas que estiveram tão perto de mim. Seria um ato de honestidade para eles tentar resgatar essa história.
Para o "Deíte", para o Evair, para o Luiz Antônio e para o "Dedé" a leitura deste texto já não será possível, mas ainda têm outros que sobreviveram e, na esperança de que eles tenham acesso a este texto, e só por isso, não poderia deixar de me manifestar: dizer o que vi, e só.
Livros com menos de 70 páginas são grampeados; livros com 70 ou mais páginas tem lombada quadrada; livros com 80 ou mais páginas tem texto na lombada.
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