Volume 2
Por: Humberto Guimarães
A Psiquiatria Forense evoluiu, tendo por fonte a Medicina Legal e como pré –requisito as ciências sociais e a psicologia clinico-jurídica, esta última cultivada pioneiramente pelo espanhol Emílio Mira Y López. No Brasil a sua verdadeira história nasce no momento em que, no Hospital Pedro II, Rio de Janeiro, alguns psiquiatras tendo à frente o colega político J.C.Texeira Brandão, conseguem a criação do “anexo Lombroso” , núcleo imperfeito mas necessário para a internação dos enfermos mentais deliquentes até então convivendo junto aos doentes psiquiátricos sem crime. Juliano Moreira, um dos incentivadores da especialidade,profetizou a tragédia que viria a acontecer em 1915, quando os psicopatas daquele anexo atearam fogo na instituição. Disso resultou a construção do Manicômio Judiciário do Rio de Janeiro, inaugurado em 1921, cujo diretor, Heitor Carrilho, natural do RN, constitui-se no ícone dessa união da Psiquiatria com o Direito, pelos seus trabalhos científicos inéditos e pela congregação de outros entusiastas que, a ele ombreados, levaram avante a Revista da instituição, conduzindo-a ao âmbito internacional em tiragens regulares, até 1954, quando Carrilho falece. Com ele praticamente feneceu a Psiquiatria forense no Brasil, salvo algumas centelhas pontuais como Alves Garcia com seu livro de Psicopatologia Forense cuja última edição, de divulgação restr, veio a lume em 1979. A necessidade de um ressurgimento, entretanto, parecia não ser percebida,e a denominação Psiquiatria Forense chegava mesmo a espantar a maioria dos profissionais da psiquiatria e da justiça, conhecedores apenas dos rudimentos da Medicina Legal. Enquanto isso, avolumavam-se os conflitos entre psiquiatras e juízes na questão das perícias. Nos dois tomos desta obra o leitor se inteirará do relato completo deste histórico e do vasto conteúdo científico da disciplina.
Livros com menos de 70 páginas são grampeados; livros com 70 ou mais páginas tem lombada quadrada; livros com 80 ou mais páginas tem texto na lombada.
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