Por: Rafael Aragão

Este era um novo começo. Sentada, naquela chuva, o mar agitado, o vento batendo em seu rosto: olha ao lado e vê um espelho, vê dentro dos seus olhos todo seu passado. Não conseguiu saber por que estava ali. Ela era como uma mulher condenada pelo próprio passado, como se tivesse acabado de acordar de um sonho. O mundo aqui fora é muito pior do que ela imaginava. Com fome e com sede, estava perdendo todas as suas esperanças e forças. Ela tenta se comunicar com seu passado, com aquela pessoa que uma vez disse “te amo”. Mas ninguém lhe respondeu. A única coisa que ela tinha era aquele pedaço de espelho, como se fosse um portal para outro mundo; o espelho que a fez dar seu último suspiro de sofrimento. O espelho que lhe mostrou o rosto da morte. Foi a única maneira que ela encontrou para acabar com seus problemas. O seu sangue corria pela areia.