Por: Ezelio Soares

No contexto deste romance os sentimentos afetivos e as atrações amorosas se manifestam conflitantes entre a serenidade do amor e o imperioso clamor do sexo.

O enredo mostra com clareza as artimanhas do principal personagem, realçando o seu sonho de grandeza que se contrapõe com a sua extrema sensibilidade amorosa.

Conheça a saga do padre que não se submete às leis da Igreja na questão aberta sobre o celibato sacerdotal. De caráter impetuoso, ele evolui numa incursão em que não se prende ao território da fé, mas busca elos ocultos entre o misticismo e o amor sensual, estimula a ideia de que homem e mulher devem assentir às sugestões da erótica para perpetuação na espécie, pois a alma é imortal, mas a vida é transitória. Diz ele que a mística estuda as coisas divinas e realiza a imortalidade da alma, enquanto a erótica, que é a mística da carne, perpetua a raça humana, eis que, na efervescência do orgasmo ocorre um mergulho momentâneo de duas células no oceano vital onde se acende uma terceira vida, a do filho.

Com este pensamento o padre segue por caminhos paralelos — o da ordem mística — apregoando a fé cristã — e o da erótica — alardeando suas potencialidades sensuais.