EDIFICANDO TEMPLOS À VIRTUDE

Por: JOSÉ CLEI GOMES FILHO

O REAA representa a forma de rito mais bem acabada do grande paradigma maçônico especulativo iniciado desde meados do século XVII, o escocesismo. O poder dessa nova forma de ver e fazer maçonaria para membros mais seletos, dentre os já selecionados maçons, influenciou todos os ritos ou práticas maçônicas especulativas desde as bases litúrgicas concebidas na época. Ainda que se preocupassem, no princípio apenas, em trabalhar além dos dois graus praticados no que consideravam como lojas de base (Grau de Aprendizes e Companheiros Maçons), foram muito além quando viram nas lendas e nas alegorias algo não só importante para a nova forma que faziam maçonaria, mas algo totalmente capaz de transmitir princípios morais, éticos, filosóficos e científicos considerados importantes pelas elites pensantes daqueles tempos de intenso racionalismo e que seriam capazes de transformar os homens em seres cada vez melhores.

Mais do que preocupado com a entrega fria à razão ou com a divagação a respeito de princípios herméticos cada vez mais desconhecidos e que rapidamente perdiam o crédito, o movimento maçônico escocesista procurou achar o caminho para o novo, sem dar as costas para antigas tradições iniciáticas e, dentre tudo que já se conhecia, valorizou o humanismo, procurando por o homem, a nova sociedade que ia se criando e a própria história natural, social e espiritual das civilizações no centro do imenso palco da criação. Analisando diversas definições e suas limitações dentro das dimensões do tempo e do espaço, o REAA, como a forma mais bem acabada do escocesismo, ajuda o maçom a compreender a grandeza do infinito e do eterno e conceber a ideia livre de Deus e a entender que há diversas formas de vivenciar a predominância do espírito sobre a matéria. Afinal de contas, o que nos custa divagar a respeito das verdadeiras dimensões metafísicas do quanto somos a imagem e semelhança de Deus? Essa é a eterna busca filosófica do homem e o REAA é parte disso.