Por: Leandro Montibeler
Os campos verdes infindos eram salpicados por pedras cinza-esverdeadas pelos anos como confeitos sobre um bolo e eram cortadas por baixos muros da mesma pedra antiga que cruzavam os campos como fios finos e escurecidos. O colorido de sofridas flores silvestres amarelas e roxo abatido davam um ar mais frio ainda aos altos pastos. As montanhas subiam altas e titânicas e o vento cantava silenciosamente e as araucárias erguiam- se altas e imponentes quase que tentando desafiar a montanha e de seus galhos inclinados e longos como braços finos desciam barbas de velho foscas e idosas. E um suspiro escapa e uma nuvenzinha se forma e ele olha e admira e se maravilha e sonha. Ele era um poeta, era isso que ele fazia.
E por isso ele sonhava.
E, numa montanha acima das nuvens cercado de grama que parecia não acabar e flores bravas e araucárias que pareciam serem tão velhas quanto as próprias montanhas e as montanhas de pedra cinzenta como deuses olhando de seus tronos, ele sonha com coisas ainda mais fantásticas.
Pois era o que ele fazia, era sua maldição. Ele era um poeta.
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