Viva o morta

Por: Fátima Albino

Sobre a autora

Não há distância que separe alguém daquilo que já carrega como joia preciosa no bolso da sua alma: os acalentos da arte de tecer na palavra as inspirações de um sonho, que pode trazer felicidade, no seu modo de ser, e na sua maneira de costurar as letras e bordar as experiências de um novo olhar, mediante universos imaginários e criativos, que é arte de poucos.

Assim é quem faz da escola do sítio a rima da sua poesia e da lembrança da roupa estendida os versos do dia a dia, da melodia das águas das grutas fundas, as notas das suas canções e, também, com as réguas da saudade, pode medir os destinos de um passado rural e torná-lo imediatamente tão presente e tão sempre belo.

Fátima Albino, descendente de berço poético, nasceu nos quintais de poesia da cidade de Umbuzeiro. Foi lá que ela foi despertada para levantar a voz da rima, do canto e da sua poesia. Autora de dezenas de músicas, a cantora, compositora e escritora é sensível à arte e à peleja de suas canções rimadas e regionais, as quais falam da sua realidade nordestina e tem a essência das nuances do agreste enraizada na cultura e na tradição do seu povo. Poetisa, de natureza pernambucana, desenvolve um trabalho voltado para a manutenção dos valores nordestinos. Deixa, assim, florescer a sua paixão pelas cores das coisas da sua terra.

Em seus trabalhos, a escritora retrata uma visão de dois mundos que subsiste na dualidade da sua escrita. A sua poesia reflete os valores que abraçou no contexto familiar de sua vida. Luíza Saraiva