Nudismo, erotismo e outras sacanagens
Por: João Werner
Quando olhei o conjunto destas minhas gravuras pornográficas lado a lado, percebi que, só em um daqueles moteizinhos fuleiros que frequentava na juventude, poderia expor minha fauna erótica.
Lembrei-me dos ambientes kitsch, cheios de coraçõezinhos cor-de-rosa, cupidos encardidos, frases de efeito e juras de amor eterno, sussurradas entre manchas invisíveis de fluídos corporais alheios, espalhadas pelo piso, paredes e lençóis. É o cenário perfeito/perverso para estas minhas gravuras feitas em Flash, um software de que gosto muito porque me permite o uso de uma linguagem plástica grosseira e agressiva, “binário-expressionista”.
Meu "pincel" no Flash tem a riqueza gestual que dá pra obter de uma lâmina de faca, com pinceladas variando apenas em espessura e cores chapadas variando apenas em transparência. Não há modulação nem sutilezas, só toscas marcas cromáticas espalhadas pelo piso, paredes, lençóis e corpos. Um arremedo de Impressionismo, feito com cacos de vidro. Mais metaforicamente apropriado, impossível.
Livros com menos de 70 páginas são grampeados; livros com 70 ou mais páginas tem lombada quadrada; livros com 80 ou mais páginas tem texto na lombada.
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