Por: Ricardo Almeida
Costumamos entender o Tempo como uma sucessão inabalável de dias, horas, minutos, segundos.
Em nossas mentes, o Tempo se sobrepõe às nossas vontades, atropela os nossos anseios e ignora a nossa própria existência a partir da sua universalidade absolutista.
Em nossas mentes, o Tempo é sempre um só: gigante, ele caminha decidido na sua vagarosidade monorrítmica, sólida, sisuda, impondo-se, soberano, para todos os seres do cosmo. Não é o Tempo que se encaixa em nossas vidas: nós é que, irrelevantes perante a sua infinitude, nos encaixamos nele.
Em nossas mentes, o Tempo é Deus: cego e surdo, mas estridentemente alto.
Estamos errados: na realidade, o Tempo é a mais subserviente das criaturas. Basta que saibamos controlá-lo, dominá-lo, adestrá-lo.
Este livro é uma biografia do Tempo.
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