uma estratégia de sombreamento discursivo
Por: HYLEA VALE
A Gramática das Construções é uma teoria da linguagem que se preocupa com a natureza da competência linguística do falante, analisando a integração entre estruturas da língua e processos cognitivos, sendo, portanto, centrada no ser humano. Em sua versão da Gramática das Construções, Adele Goldberg (1995) postula que sentenças básicas são construções, na medida em que correspondem a pareamentos forma-significado que existem independentemente dos verbos instanciados. É nesse contexto que este livro se propõe a investigar a estrutura passiva da língua cuja relação forma-significado propõe enfraquecer os participantes de cenas enunciativas por meio de uma estratégia discursiva denominada sombreamento, nos moldes goldbergianos. Na cena política, encontra-se ambiente fértil para a investigação desse fenômeno, devido à premência dos enunciadores desses eventos comunicativos em não explicitar os participantes discursivos, sempre que isso os favorece politicamente. Em se tratando de universo político, é o presidente da República o mais exposto a interlocuções, portanto utilizaram-se as entrevitas do ex-presidente Lula, disponibilizadas no site oficial do governo www.info.planalto.gov.br, catalogadas em tipologias, de julho a dezembro de 2005, 2006 e 2010, respectivamente, período do “mensalão”, reeleição e eleição de Dilma Rousseff. A observação e análise dos dados recaíram sobre esses três períodos marcantes na trajetória política de Luiz Inácio Lula da Silva; períodos tensionados, em que busca manter o Partido dos Trabalhadores (PT) no comando do País apesar das denúncias de corrupção. Em decorrência disso, torna-se um período favorável a construções que levam ao escamoteamento dos agentes, conforme observado ao longo do desenvolvimento do texto, ratificando ser a construção passiva analítica uma estratégia de sombreamento dos agentes discursivos, empregada pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
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02/02, 17:44 h
jgcorrea |
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