Por: Rita Santos escrevendo como VERÔNICA VERITAS

Pedro, primogênito de uma família pobre, mas honrada, é um rapaz cuja ganância é diretamente proporcional à sua inteligência. Estudante de medicina e namorado de uma moça rica, arquiteta um plano para conseguir, a um só tempo, galgar rapidamente às altas esferas da sociedade e renegar sua família e seu passado.

É o caminho inverso de seu irmão João, que sempre amou profundamente a família e até ajudava a custear os estudos do irmão mais velho, apesar da ingratidão e soberba deste. Nos últimos tempos, o jovem só tinha olhos para Belinha, sua linda colega de classe por quem nutria sincero sentimento e a quem parecia conhecer desde tempos longínquos.

Completa a trinca de irmãos a mais nova, Maria Clara, garota sensata e amiga que o destino acaba por colocar no caminho de Fernando, promissor médico neurologista cuja espiritualidade desempenhará um papel fundamental nos acontecimentos que estão por vir.

A teia de relações, conflitos, segredos, maquinações e mal-entendidos permeia as ações dos personagens e dá um andamento envolvente ao enredo, atiçando a imaginação e a curiosidade do leitor acerca do desfecho da narrativa: qual é o limite para Pedro em sua escalada de maldade e de ambição? Como entender a volta de Carminha – amiga de Maria Clara e da família –, após morar tanto tempo em outro estado, deixando de ser a garota insegura e apaixonada por Pedro para mostrar-se agora uma mulher feita e dona de si? Quem seria o sábio interlocutor de Fernando, com quem este dialoga e se aconselha sempre que, na hora do repouso, adentra o mundo dos sonhos? E quanto a João e Belinha, que episódios dramáticos e terríveis subjazem a conexão existente entre eles?

Escrito à luz de uma compreensão espiritualista da realidade, o livro constitui uma história cheia de tramas e insights sobre a vida que vão prender a atenção do leitor e infundir nele a suspeita de que o acaso é apenas uma definição temporária e parcial de uma realidade maior, a qual se descortina quando se tem, enfim, a visão completa – ou ao menos mais profunda – do todo, no qual tudo se encontra interligado.