Por: Maria Trevizan

Pelas minhas observações, realizadas ao longo de 33 anos de docência no ensino pré-primário e fundamental, os alunos concluintes destes níveis de ensino, após 3 a 7 anos de escolaridade, respectivamente, não chegaram a desenvolver essa formação tão necessária à humanidade, que é a integração e o amor ao próximo.

Estes alunos são aprovados em razão de terem demonstrado um relativo aprendizado dos conteúdos formais de cada disciplina no que tange ao domínio de algumas estruturas gramaticais, alguns elementos de cálculo, algumas passagens históricas, alguns dados geográficos, alguma socialização, alguma destreza no desenho e mais algumas habilidades fragmentadas.

O ser humano é um todo complexo e a educação, no meu entender deveria tratá-lo como tal.

Busco, nesta monografia, analisar as forças que movem o ensino de valores humanos nas escolas, principalmente nesta época em que se fala tanto em valores humanos.

Fala-se tanto em “ÉTICA, no entanto, o engano, nesse caso, é achar que a ética deve dar conta de transformar os alunos em “ovelhas obedientes de um rebanho”. Será essa a função da formação ética do indivíduo a partir do ensino da filosofia?

Desta forma, procuro analisar o ensino dos valores humanos na escola como um exercício, não como modismo, como vemos a nossa sociedade totalmente voltada para as leis do mercado, e num momento de intensa crise mundial, mas voltado para uma “transmutação de valores”. Essa transmutação seria a compreensão do ser humano na sua totalidade, com suas diferenças, na sua individualidade.

Este projeto desenvolveu-se por meio de uma linha de pesquisa que possibilitou uma convivência, o mais próximo possível, dos sujeitos desse estudo, professores alunos e funcionários, vendo-os, quer dialogando, quer monologando, numa situação de aproximação ou distanciamento, respeito e desrespeito de recuos e avanços de fracasso ou sucesso, de encanto e desencanto.

A observação dirigida a pratica do aluno, tendo em vista a descrição da realidade concreta vivenciada em sala de aula, foi o procedimento por nós utilizado, e que possibilitou o desvelamento da rotina do cotidiano da sala de aula, bem como a constatação que o futuro,já começou e pode-se antevê-lo no presente, portanto, seria uma forma de devolvermos a nós mesmos a crença na educação não mais apenas essa eterna “promessa” de um futuro melhor.

A analise das transformações sofridas por uma sociedade (valores humanos), permite detectar os fatores principais que desencadeiam essas mudanças.Todas as ações que ocorrem dentro de uma sociedade repercutem no sistema social. O efeito causado é proporcional à proximidade da ação. O mesmo acontece entre o trabalho, a sociedade e a educação.

Acredito que a verdadeira educação deve tornar uma pessoa compassiva e humana, não egocêntrica e de critérios estreitos. A simpatia e o interesse por todos os seres devem fluir do coração de quem foi educado adequadamente. Essa pessoa deve sentir-se movida pelo serviço à sociedade no lugar de preocupar-se com suas próprias aspirações com aquisições.

Este deve ser o propósito real da educação em seu sentido verdadeiro