Por: Jordan Henrique de Souza / Gislaine dos Santos (org)

Do processo de urbanização descontrolado à falta de recursos para diagnóstico, mapeamento e intervenções nas áreas de riscos, à cada ano, tem-se notícias de eventos desastrosos que assolam as comunidades em todo o Brasil. Nesse contexto torna-se necessária uma união de esforços entre os diversos entes da Federação, comunidades, instituições de ensino, visando a adoção de práticas de diagnóstico, prevenção e assessoramento técnico nos municípios, afinal os desastres acontecem nos municípios.

Não há como elaborar planos de contingência sem os diagnósticos dos riscos na sua tipologia, magnitude e sem a comunidade envolvida. Não há como tomar decisões sem informações.

A gestão de riscos, inevitavelmente está intimamente ligada com a cultura da comunidade envolvida, visto que ela é parte fundamental neste processo. Soluções de outros países devem ser vistas com rigor, visto a grande diferença cultural, de recursos e dos cenários encontrados, além disso, há outra importante variável a ser avaliada, a questão política.

Um dos grandes entraves da adoção de ações preventivas em Proteção e Defesa Civil é a pouca vontade política, em que inverte-se a lógica, havendo maior esforço econômico nas ações pós-desastre, tendo em vista a pressão da opinião pública proveniente dos danos humanos.

Este livro é uma etapa do projeto de Extensão com interface com a pesquisa “Modelo de Gestão de Riscos em Cenários Urbanos” e fruto de convênio de cooperação técnica entre a Universidade Federal de Juiz de Fora e o 3º Comando Operacional de Bombeiros Militar de Minas Gerais.

Nosso intuito com este curso é desenvolver no cursista a percepção dos riscos nas encostas e proximidades de cursos d’água, identificando a tipologia do risco, magnitude e principalmente o impacto nas comunidades inseridas neste contexto.

A metodologia de análise envolvida é, na grande maioria, desenvolvida pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo que serviu de referência técnica para diversos Planos Municipais de Redução de Riscos.

Um dos aspectos da inovação deste projeto é o uso de ferramenta mobile, para facilitação dos trabalhos em campo, possibilitando a delimitação da área, baseada em informações cartográficas processadas previamente, auxiliando a tomada de decisão. Outra facilidade do aplicativo Álea é a possibilidade de inserção de fotos, permitindo o registro das percepções obtidas em campo bem como a viabilidade e segurança das informações em um servidor remoto.

Não é nosso intuito esgotar o assunto, visto que as análises destas áreas vulneráveis requer a participação de equipes multidisciplinares.