Por: VALMIR ZANELATO

O VOO DA BORBOLETA

E a borboleta voando

Por sobre mim ao passar

Pulei tentando agarrar

Uma das suas patinhas

Eu a queria só minha

Pra mim toda sua beleza

Com suas cores deslumbrantes

Vermelho rosa amarelo

Ao sair daquele alvéolo

Nem dava pra acreditar

Que agora ela no ar

Entre tudo era o mais belo

E eu que tão inocente

Preso a sua patinha

A querendo tão só minha

Não podia imaginar

Que me levasse em seu alçar

Dependurado as suas cores

Quase nem me dando conta

Me vi deslocado do chão

Preso estava pela mão

Que tentava ela prender

E ela a me suspender

Levou-me em sua trajetória

Elevou-me bem ao alto

Então melhor pude ver

Um novo mundo florescer

Poder melhor enxergar

Isto por junto alçar

Voo com uma borboleta

Notei primeiro as montanhas (Serra Geral)

Com seus picos verdejantes

No Belvedere galantes (Estrada do Belvedere, Campo Bonito)

Alguns cavalos pastavam

Juntos a ovelhas e ao gado

Da Lagoa Jacaré (Lagoa do Jacaré, Campo Bonito, Torres)

E foi assim de repente

Que uma brisa do Oeste

Fez-nos rumar para o Leste (Direção da cidade de Torres)

Me fazendo acreditar

Que os campos a serra e o mar

Eram molduras de Torres

O azul do Mampituba (Rio Mampituba)

Entre Torres e o Passo (Cidade do Passo de Torres)

Sem preguiça nem cansaço

Sereno doce sem mágoas

Entregava ao mar as águas

Pois parte já eram dele

E assim chegando aos Molhes (Molhes de Torres)

Como em mútuo desagrado

Pelo doce e o salgado

As duas águas agitadas

Sem querer mas misturadas

Banhavam a Ilha dos Lobos (A Ilha dos Lobos)

Dos Molhes a Praia Grande (Molhes e Praia de Torres)

Lotados pelos banhistas

Aguçando-se as vistas

Via-se o Farol e a Guarita (Farol e praia de Torres)

E a Itapeva tão bonita (Praia do Sul de Torres)

Perdia-se rumo ao Sul

E num juntar-se de cores

Tal qual flores em um vaso

Nesse meu voo ao acaso

Não tive como não deixar

De a Torres comparar

Com as cores da borboleta