Nesse mundo onde impera a violência quer do cangaço quer dos representantes da segurança pública, além da po-lifonia, Karin Bakke de Araújo examina detidamente a lin-guagem de Pedra Bonita e Cangaceiros e dá atenção espe-cial aos grupos de dominação, explorando como José Lins do Rego faz um uso muito proficiente da carnavalização e do grotesco, recursos expressivos importantes para descre-ver o calor da fala desses interlocutores acerca de suas per-cepções da realidade, configuradas em imagens que igua-lam o homem ao animal. Na análise desses microcosmos representados pelas diferentes personagens, a estudiosa capta expressões que espelham, no baixo calão, a rudeza, o machismo e a prepotência por um lado, e, na outra ponta da relação social, o desvalimento e a reificação de sujeitos re-duzidos à infra-humanidade.
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