Por: Ezelio Soares

Misticismo e erotismo numa comovente história de amor ilícito de um padre com graciosa adolescente. Uma narrativa com desfecho surpreendente.

No eixo desta narrativa romanceada, o autor aborda as vicissitudes do padre Messie, um seminarista católico que evolui na doutrina e recebe a ordenação sacerdotal. De origem humilde, mas ambicioso e dotado de abributos atraentes, alcança notoriedade como secretário particular de um ministro de Estado e se envolve com a sua filha, uma garota de espírito buliçoso que o instiga para o campo da lubricidade; celebram a cerimônia da fecundação e, como efeito, vem a gravidez. Instigada pelo pai, a moça casa-se com um rapaz da alta sociedade e o padre, ao perder a sua grande paixão, deixa-se levar por uma série de casos amorosos. Porém não abandona a Igreja. Com seu caráter bizarro e apesar de ser contra a lei do celibato clerical consegue prosperar na carreira eclesiástica. Defende o conceito de que a MÍSTICA deve estar lado a lado com a ERÓTICA porque o misticismo busca imortalizar a alma enquanto o erotismo cuida de eternizar a raça humana e por isso estimula as paixões carnais.Então, misticismo e erotismo, diz ele, estão a serviço da perpetuação hominal: o primeiro - do indivíduo. O segundo - da espécie. Ele segue por dois caminhos paralelos: o da ordem religiosa católica — apregoando a fé cristã. E o da lascívia — como escravo dos tormentos do sexo.