Por: Röhrig C.
Prefácio
Talvez você compreenda que tudo é abstrato inclusive os números, inclusive esse nosso encontro.
O amor é abstrato, a perda, os lugares por aonde andamos, nosso tempo, as pessoas, nossas duvidas, enganos, acertos, nossa existência, nossas exigências, nossas...
De concreto temos a certeza de que nada é, e a fragilidade de tentar governar o tempo, mas o tempo também é abstrato.
Nossa essência, nosso eu, nossas duvidas, nada disso existe. E tudo isso exige existir. Por qual motivo seria necessário? Talvez medo de não existir.
Não existe a realidade como queremos que a seja, límpida e cristalina. Criamos símbolos e os decodificamos, mas não temos certezas. Julgamos o tempo a nossa própria ignorância. Enquanto que precisamos apenas aceitar a breve abstração.
Sem noção, proposito, orientação. O caos é o que “parece” ser o concreto, o resto são flores em um tumulo aberto. Não disfarçam o cheiro de nossas duvidas e medos.
Por três vezes negamos, essa fragilidade que nos torna aço e pó. A dúvida é nossa maior abstração.
Um espelho reflete nossa existência/exigências, mas nunca teremos absoluta certeza de que lado estamos. Viver é uma dadiva presenteada por um deus não morto. O que nunca existiu não pode morrer. Ou pode?
Röhrig C.
Porto Alegre (Cidade Baixa)21/08/2019.
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