entre mortos e esquecidos
Por: Deise Zandoná Flores
A perda da alma e o raptor, o invasor de sonhos e o predador... E o homem é sugado ao olho do tornado, onde o silêncio é apatia; o movimento, letargia e a mudança inexiste.
O inferno é um deserto sem Deus, gélido e eterno: um mesmo instante de um mesmo dia que nunca termina.
Depois de ingeridas as sementes de romã, o Hades se faz pouso necessário e anfitrião austero à espera de seus hóspedes: pálidas sombras do que outrora foram homens e ora vagam esquecidos. O Reino do Oblívio talvez seja o único que não torture os loucos já cravejados de tormentos.
Trancado pelo lado de dentro com as chaves nas mãos, o atormentado oculta-se como potência de vida no centro do deserto, assim como as sementes que jazem ocultas sob a terra.
Com os bolsos repletos de sementes, perambula inconsciente de que as flores de narciso precisam de perdão para florir.
Livros com menos de 70 páginas são grampeados; livros com 70 ou mais páginas tem lombada quadrada; livros com 80 ou mais páginas tem texto na lombada.
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