Por: Thiago José Ramos de Araújo

"Esse romance reconstrói a trajetória de vida de um personagem repleto de imersões numa franca tentativa de descontruir os ideais discriminatórios que lhe foram imputados ao longo dos anos. Em busca de uma melhor compreensão existencial na vida, Heitor, percorrerá caminhos espinhosos para se livrar das correntes ideológicas de seu tempo ao travar diálogos ricos em ensinamentos por homens e mulheres negros que fazem parte de sua cotidianidade.

Diversas referências literárias lhe ajudam a construir pontes a um mundo novo apesar de tão antigo e constrangedor. O racismo estrutural. Ávido por respostas significativas entra em conflito com suas crenças e conhece seu inferno particular para, a partir daí, fazer erigir uma consciência crítica e libertadora.

A Voz, o tempo da verdade, é uma ode ao lugar de fala que exige de Heitor o reconhecimento do mal que tanto causou sem se dar conta dos efeitos nocivos e reprodutores do discurso hegemônico de exclusão. Entre o doce alívio da ignorância e a tensão reveladora da verdade escolhe o caminho que o levara ao desconfortável encontro consigo mesmo e, perceberá que a Voz que se apresenta reclama pelo direito de ser ouvida sem ser interrompida. A partir desse instante, o leitor encontrará o lugar a ser escutado." - Trecho da apresentação