Por: Patrícia Mendes
A poesia de Patrícia Mendes soa como um sonho matinal, ela mesma afirma: “todo poema é um presságio”. Em Ópera da Esfera, cada página é uma pérola incandescente, um arrebatamento, “a doçura exata da palavra escrita”.
Lendo e relendo cada verso contido em seu novo livro, Ópera da Esfera, percebo que, de tão intensa, a sua poesia não pode mais ser contida em si mesma, muito embora guarde segredos silenciosamente existenciais. É uma verdadeira partilha do bem, são carregadas de infinita sensibilidade e leveza, mesmo nas passagens mais ríspidas. Percebi como uma espécie de súplica ao tempo: por favor, não desista de mim agora; “andarei de bicicleta rapidamente tenho pouco tempo sei exatamente onde quero chegar”.
Patrícia traz à cena coisas, tintas, mares, dores. O eu e suas estranhezas. Nenhum poema surge ou soa como pretexto. Todas as palavras têm intenções claras e nos convidam para um brinde. A poeta diz tudo de forma sublime, real e erudita. Afinal, poesia é um ato de coragem e espanto.
Como diria o velho Gullar: “de tais espantos somos feitos”
Livros com menos de 70 páginas são grampeados; livros com 70 ou mais páginas tem lombada quadrada; livros com 80 ou mais páginas tem texto na lombada.
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