Por: Matheus Yuri Gritzenco De Giovanni

Tudo possui um inverso: expressões, razão e emoção; sentimentos, amor e ódio; conceitos, real e ilusão. Desunidos, habitualmente, em entidades distintas. Entretanto, existem anomalias que, indefinidamente, convivem extremo e outro dentro de um mesmo ser. Quando ocorre, há uma perfeita harmonia entre si, revelando, assim, custoso símbolo. Excepcional. Insólito, de brilho ocultado pela maioria. De palavras simples e pensamentos dessemelhantes, "Anjo Misantropo" é um conjunto de reflexões, apresentado em escritos de temas variados. Gritos incessantes contra o banal majoritário. Afinal, existem limites para o incomum?

“Anjo Misantropo” pode ser considerado um livro de contos, uma vez que nele estão 53 textos independentes e de assuntos variados. Porém, existe uma tênue linha interligando cada texto em um contexto maior, formando assim uma sequência que permite o leitor perceber a evolução do personagem em uma única história, mesmo este sendo apresentado em diferentes formas de escrita. A temática global é a existência de sentimentos e pensamentos antônimos entre si que, normalmente, estão separados. Porém, quando se encontram ambos os contrários dentro de uma mesma pessoa e há harmonia entre o lado positivo e negativo, é possível encontrar fendas no pano colocado sobre o nosso mundo. O foco é o crescimento de uma pessoa aparentemente comum, mas que possui uma unicidade adormecida dentro de si. Após cair em armadilhas, o personagem é obrigado a confrontar o ser que era até então, assim como seu modo de ver o mundo. A partir de então, começa o desenrolar da história através de reflexões pessoais, fragmentada entre os textos. Prestando atenção nas palavras e na aprendizagem contida neste livro, talvez seja possível encontrar algumas respostas aos questionamentos comuns - talvez não tão comuns. Ou melhor: um meio de encontrar SUAS próprias respostas. Afinal, todos temos nosso lado "Anjo" e nosso lado "Misantropo".