Por: Wellington Amancio da Silva e José Londe da Silva
Uma nova teoria do Corpo. Em o corpo-invertido como resposta à economia do corpo produtivo/submisso retomamos a discussão sobre o corpo-invertido a partir de dois conceitos de Michel Foucault: “política do corpo” e “regimes de necessidades”. Assim, a partir da problemática do controle do corpo, é preciso afirmar que o corpo-invertido é corpo não submisso que subsiste a partir da sua “própria política” e que é, por assim dizer, assaz indiferente aos regimes instituídos de necessidades, porque se encontra para além do âmbito do que se constitui designar moralmente de “miséria”. Tentaremos demonstrar de quais formas decorrem estas independências radicais em face destes dois conceitos foucaultianos da vigilância e punição (2012). Para isso trataremos sucintamente da economia do corpo produtivo/submisso e do corpo invertido enquanto poder.
Em corpo invertido – em busca de um conceito aproximado tratamos mais uma vez do conceito de corpo-invertido, agora a partir do que denominamos de “mendigo”. Para este fim, apresentamos algumas expressões antigas, advindas do léxico grego, objetivando correlacioná-las ao nosso conceito, a partir da historiografia e da Filosofia. Introdutoriamente, abordamos a questão desta representação como uma quase aporia, quando da definição do que pode ser a inversão do corpo não-sujeito. Alguma aproximação é possível por meio de uma análise oblíqua.
Em o Corpo invertido – a figura do indigente como discurso e como representação objetivamos de discutir o corpo, numa perspectiva de inversão, como discurso distinto, em face da convencionalização do corpo; assim, oferecemos alguns contributos às conceituações do corpo como inversão ao lançar um olhar arqueológico sobre a figura do indigente, daquilo que emana dele para nós antes de qualquer análise social, política e econômica, daquilo que nele se caracteriza por uma forma de poder ante a normalidade, sua contradição, sua feiura e inadequação. Dito isso, este trabalho não tratará de abordar o assunto sobre o viés da inclusão econômica e social, de oferecer métodos de reinclusão ou mesmo de visar um reconhecimento de direito desses sujeitos. Queremos apenas discutir a hipótese de um ser humano que não tendo provisões e não sendo um incluído num sistema racionalizado de sobrevivência social traz in nuce de emancipação radical e falência dos sistemas capitalista se seu modus vivendi fosse adotado por muitos.
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