Por: Nabor Nunes Filho
O ser humano é um ser essencialmente erótico. Antes de ser um animal racional, o homem é um ser de desejo, constantemente sedento e sempre insatisfeito. Nada há no Universo que o preencha ou complete. Há uma imensa distância entre um ser humano e as demais criaturas da natureza e entre um ser humano e outro semelhante. Esse distanciamento é causado pela perda de algo cuja natureza o próprio homem desconhece e que evoca a nostalgia de uma conjugação completa.
Assim, erótico não é apenas o desejo sexual, mas o desejo como um todo, gerado interiormente, na totalidade íntima do ser. Esse desejo se dirige a objetos exteriores para se expressar, usando o corpo como instrumento.
É exatamente nessa intimidade que se encontram os elementos fundamentais que fazem dos seres humanos, não necessariamente superiores aos demais, mas seres bem peculiares. E é aí que reside a sua auto-realização, ou seja, sua capacidade de construir a história, que nada mais é do que o resultado da elaboração e direcionamento de energias geradas pelo desejo. A história é uma construção que tem como ponto de partida a capacidade humana de desejar.
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