A vida é adversa. A palavra – aqui como verso – é uma forma de materializar esta constatação. Os versos deste livro definem um caminho em que se busca primeiro descrever o absurdo para depois, como consequência, escapar dele. Pelo menos até onde a linguagem do autor pode alcançar.
Neste caminho percorrido, não há lirismo possível: pretende-se sobretudo transcender pelo estranhamento, não pela contemplação. Criando, destruindo e recriando o vazio, a vida, a morte, a dúvida, a certeza, o tempo, a elevação mental e a estupidez, estas páginas recriam involuntariamente o Mito de Sísifo. No cenário deste caminho percorrido, o lirismo cabe apenas como breve paisagem estética para inspiração e jamais como justificativa.
A criação – aqui como palavra - por fim, prevalece, e tenta superar a beleza e finitude da vida apenas como registro. Registre-se.
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