Por: Paulo Neri

Quando não se pode ter a quem se ama devemos dar asas à pessoa amada e estender um tapete vermelho para que ela siga o caminho que melhor lhe convir. Como dizer: “-PARE!” a alguém que acredita ter uma meta na vida e que por ela ficou cego? Como dizer: “– VAI SOFRER SE PROSSEGUIR!” Quando ela olha para os lados e para trás e nada vê além do que está à sua frente? Castro Alves foi assim, determinado em seus objetivos. Certamente sabia que poderia não ver a libertação dos escravos (Até hoje não vemos...), mas fez o tempo todo, o que tinha que ser feito: Foi à praça e gritou: “- A PRAÇA É DO POVO (também do negro) COMO O CÉU É DO CONDOR!” e o vimos pousar no “Navio Negreiro” e ver de perto todo sofrimento que um homem pode suportar, após ter tido um sonho de liberdade e igualdade e ter voado tão alto quanto “O Voo do Condor”; E no amor para com as mulheres foi um exímio Don Juan. O destino lhe pôs num emaranhado “Laço de Fita”. Amado por muitas mulheres, levou Leonídia à loucura por não corresponder ao seu amor, ao tempo em que amou intensamente a atriz Eugénia Câmara, que por sua vez, não lhe pôde retribuir o mesmo sentimento. Tuberculoso e a beira da morte, consequência do agravamento da enfermidade, após a amputação de um membro. (Disparara contra seu pé esquerdo, acidentalmente um tiro de espingarda quando saíra para espairecer da dor que lhe causara a traição de Eugénia ao dar-lhe “O Adeus de Teresa”). Este livro é o apanhado de quatro histórias, baseada em fatos, em que o grande e eterno “Poeta dos Escravos” é o protagonista. “O voo do Condor, “O Laço de Fita”, “O Adeus de Teresa” e “O Navio Negreiro aos Olhos do Condor”, foram 4 espetáculos em que A Camerata Castro Alves pode homenagear senão o aniversário de vida o da morte de Castro Alves. Aqui formatadas, essas dramaturgias poderão servir para ensaios de espetáculos ou para uma simples leitura como resgate de uma saga que fez história.