volume II

Por: Renato Coutinho

O trem não demorou a chegar. Era impressionante a quantidade de pessoas que circulavam pelos vagões vendendo e oferecendo produtos dos mais variados. Adultos, adolescentes e crianças transitavam em um vaivém constante. Os passageiros compravam balas, água mineral com e sem gás, sucos, produtos domésticos e outros tantos mais...

Rogério ruminava que aquelas pessoas faziam parte das estatísticas que apontavam para o grande número de desempregados no Rio de Janeiro e no Brasil, em geral. A criminalidade aumentava a cada dia mais. Os “trembulantes”, como carinhosamente gostava de chama-los, vendiam de tudo (ou quase tudo). Faziam o mesmo que Rogério, porém ele de forma artística, comercializava sua arte musical e sua alegria nas praias.

Rogério, um sonhador incansável em viver na Europa e cantando, sentia que aquela era a sua segunda chance de se adaptar à cultura europeia. Daquela vez nada poderia falhar...