Teorias do Sujeito & Estratégias Clínicas

Por: Carlos Bengio Neto

A ideia do ‘Ensaios’ é fornecer ao leitor reflexões que o norteiem sobre o tema do sujeito do inconsciente presente nos estudos e na clínica estruturada a partir de Jacques Lacan, este tema, portanto é o sujeito desses ensaios. Notem que o título ‘teorias’ faz alusão a uma impossibilidade: não há teoria unificada que dê fundamentação à ideia de sujeito presente na obra de Lacan, assim como não há na física alguma teoria unificada para os conceitos de energia, elétrons, orbitais etc.

Sabemos, contudo, que a definição mais simples para sujeito é aquela encontrada nos seminários como “o que um significante representa para outro significante”, mas tampouco o conceito de significante possuiria alguma consistência teórica fácil a qual pudéssemos nos agarrar com segurança: “um significante por si só não significa nada”.

Longe de propor alguma “tábua de salvação” para estas inconsistências proferidas por Lacan em tom de deboche, o que o hesitante leitor pode encontrar aqui são esquemas e ensaios paraconsistentes, e que apesar de impossíveis esforçam-se para o futuro, para a ideia de articulações discursivas que possibilitem algum saber crítico a respeito da singularidade do sujeito e sua constituição. Desejo no começo e no fim das contas fornecer ferramentas para o clínico sustentar conduzir o tratamento do sujeito na direção da cura e do sucesso para seus pacientes. Afinal é bom buscar o saber (sabedoria) para que lhe seja suposto saber mais ainda.