Teoria Freudiana da Sexualidade
Por: Dr, Zilmar Ferreira Freitas
Entendemos que os Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (Freud, 1987)2, particularmente em sua primeira versão (1905), constituem o que poderíamos designar como uma "obra aberta", em que diferentes teses sobre a pulsão sexual - muitas vezes, contraditórias entre si - são apresentadas, lado a lado, sem uma preocupação com qualquer tipo de síntese conclusiva.
A importância do texto original consiste exatamente em manter essa tensão entre abordagens divergentes, dando margem a mais de uma interpretação. A despeito das diferentes orientações presentes na primeira versão, prevalece uma concepção essencialmente perversa e polimórfica da sexualidade, o que aponta para o caráter revolucionário do sexual sustentado por Freud na época.
No entanto, se acompanharmos atentamente as reformulações acrescentadas por Freud a cada uma das edições posteriores (1910, 1915, 1920, 1924), deparamo-nos com o gradual desaparecimento da riqueza interpretativa observada na primeira versão, bem como do "aspecto aberrante da sexualidade"3, passando a apresentá-la de acordo com uma única e mesma orientação de natureza endógena e biologizante.
Trata-se, portanto, de um texto capcioso, que mantém no original diferentes posições sobre a sexualidade, cuja tensão, entretanto, acaba sendo diluída ou mesmo "banida" ao longo das demais edições.
Essas filigranas do texto, no entanto, dificilmente são percebidas a partir de uma leitura "em bloco" dos Três ensaios, sem que se faça a devida discriminação entre a obra tal como fora concebida em 1905 e os adendos acrescentados em cada uma de suas sucessivas edições.
Nesta Obra vamos tentar entender o pensamento Freudiano sobre a Sexualidade.
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