Por: FERNANDO FFHERUSH

Essa é a história da misteriosa Anne e de seus três enigmáticos amigos, num jogo insano pelo controle do cosmos, do tempo e das dimensões, onde memória, personalidade e realidade são muito mais que meros arquétipos. Ora a trama é tecida em aspectos abstratos e divagantes, ora é embutida de densidade psicológica, ora é concreta e lógica, ora metafísica, condensada, leve... A arquitetura da obra, ambientada no futurístico ano de 3070, abre espaço para interpretações do leitor, fazendo-o refletir sobre múltiplas faces ocultas e direções traçadas, explícitas ou tácitas. A busca desesperada por fragmentos de lembranças embasa o esdrúxulo roteiro ficcional, enquanto os personagens tentam fugir de um inimigo cruel, que não poupará esforços para capturá-los. A ação empreendida no decurso do enredo é de tirar o fôlego. Não dá tempo nem de respirar. Mas a história também poderá ser absorvida como uma literatura de mero entretenimento, sem qualquer compromisso com as tensas relações humanas num mundo conturbado. E o vilão elegido? Só se pode dizer aqui que encenará o famigerado papel alguém deveras inusitado. Porém, a surpresa será revelada plenamente assim que as cortinas se descerrem e as mentes dos nossos heróis despertem finalmente do sono profundo