Por: Rita Sales

Este livro diz de uma mulher que teve muito vida; vasta descendência, não se acomodou com o avançar da idade. Diminuiu o ritmo das passadas; mas, sem se desvencilhar da empolgação com o viver, entretinha a quem estivesse ao seu redor e soava aos quatro ventos narrando histórias de Trancoso.

Um livro cheio de amor, dores e aventuras, trata dos costumes de uma época: sua beleza e dificuldades. Não é um manuscrito religioso, mas todas as ações da personagem foram embasadas na fé. Usou a vara, na educação dos seus filhos, a compaixão com os necessitados e pagou promessas em viagens andarilhas... só lendo para crer.

Na velhice, atravessou o rio São Francisco, dentro de um carro sobre uma balsa. Nessa viagem, realizou também o sonho: voar de avião, e, nem a descida através do Elevador Lacerda nem o voo a empolgaram tanto quanto a “língua atolada” degustada, na Ilha de Itaparica.

E, se o amor contorna todas as belas histórias, Dona Lourdes amou Seu Antônio por toda a vida. Ela era dada às palavras, ele, a escrever cartas; os dois amaram-se, no mesmo amor.