Por: José Luiz da Luz

Era fim de tarde. Em uma praça dois confrades, homens eruditos, eram confundidos com simples andarilhos. Esvaecidos no chão com o cheiro do pó nas roupas, ladeados por cães abandonados, cada um era dono de uma garrafa: Um era o Poeta, e o outro, o Profeta!

Cada um conta seus dramas mais secretos, o real motivo de estar no fundo do poço. Um romantico poeta que guarda as mágoas de um amor sobrenatural e um profeta com as lembranças de sua visões cheias acerca do mundo e da humanidade.

O poeta conta sua vida cheia de amor, sonhos e amargura. Um homem extremamente sensível, um buscador do verdadeiro amor, o amor espiritual. Foi expulso de sua família, abandonou a fortuna para ficar com sua alma gêmea, uma jovem pobre e profundamente delicada por uma enfermidade. Uma grande tristesa fez com que despertasse suas visões do além. Não suportando a grande tragédia, transformou-se num andarilho.

O profeta revela sua vida repleta de magia, onde passou por experiências místicas doloridas e fantásticas, como a visão de um anjo que chora gotas de sangue, e que relembra dos acontecimentos do passado, do presente, e revela os acontecimentos do futuro da humanidade. O Profeta alcançou um elevado nível espiritual, mas foi reprovado em uma grande prova, assim como Judas caiu mesmo diante dos ensinamentos do Cristo.

Depois de muitos anos se deparam os dois numa praça, onde buscam um sentido para tantas amarguras. Resolvem dar um fim em tudo: o suicídio é cogitado, ou, quem sabe, teriam coragem para um recomeço?

Alguns caminhos se abrem, terão que escolher.

São histórias repletas de romance. filosofia e magia.