"(...) Começou a vagar pelas ruas de São Paulo. Entrou num ônibus e fingiu estar armado.
— É um assalto! Gritou. (...)"
Entre o mundo de detrás da porta e o mundo que está por fora dela, a sensação de segurança parece inexistir em ambas situações. O ser humano sempre busca um refúgio, um caminho para a resolução de tudo e longe de todos, porém, quando se está encurralado dentro do concreto e da obscuridade o tal refúgio torna-se luta, e para se lutar é preciso de armas; contudo, e se esse lutador for uma criança?
Apontaremos dedos num esculpir de culpa, ou simplesmente, passaremos nossos olhos fugazes com enojo e fingiremos ser nossa culpa enrustida uma peça transparente?
"(...) De pés descalços e com as roupas rasgadas, ele corria incessantemente enquanto as lágrimas escorriam da face negra e abatida. Parou numa esquina e repetiu consigo: — As pessoas são bichos.
Naquele instante, o garoto deixava de ser criança (...)".
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