De modo geral, em textos argumentativos, existe um cuidado de quem o produz em ser objetivo e impessoal, apagando as marcas de sua enunciação com o intuito de conferir maior credibilidade ao texto. Ainda assim, é possível verificar traços de subjetividade deixados como rastros dessa voz, criada para persuadir o outro, o que nos possibilita visualizar o sujeito constituído no discurso.
Para alcançarmos essa imagem coletiva, utilizamos a noção de ethos discursivo. O que se diz e a maneira como se diz nos conduzem à formação de uma imagem do enunciador. A retórica antiga designava ethos tal representação.
Por se tratar de uma noção estabelecida discursivamente, ao argumentar, o locutor constrói seu ethos por meio de recursos linguístico-expressivos, de modo a convencer o outro de sua verdade, independentemente de sê-la ou não.
Mas fazer do papel um espelho às nossas ordens implica não só dominar os mecanismos do vernáculo, como também ter uma postura crítica em meio às vozes e aos silêncios por trás de cada discurso, a fim de se transmitir, de fato, o que se pensa e/ou a imagem que se deseja.
Logo, por meio dessa pesquisa, buscamos uma resposta daquilo que o ensino de Língua Portuguesa tem ofertado a quem ousa enveredar pelo caminho da escrita, pois desvelar a imagem construída nas redações de vestibular é refletir sobre nossa prática pedagógica e observar aquilo que deve ser mantido ou corrigido no método de ensino, para dar aos aprendizes da Língua a oportunidade de se apropriar da palavra, em lugar de se deixar aprisionar pelo dizer alheio.
Livros com menos de 70 páginas são grampeados; livros com 70 ou mais páginas tem lombada quadrada; livros com 80 ou mais páginas tem texto na lombada.
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