E outras crônicas da minha vida metafísica

Por: Alexandre M Arcari

Este livro é um conjunto de crônicas que escrevi durante dez anos da minha vida. Desde anotações bobas que manuscrevi no lugar de prestar atenção em algumas aulas (se estiverem lendo isso, desculpa família), até desilusões amorosas escondidas em metáforas.

Este livro é também o ápice da minha intimidade. Como se você pudesse ler minhas vontades, minhas angústias, meus pensamentos. Algumas crônicas foram baseadas em momentos de alegria, outros de tristeza. Como se os dedos digitassem gritos do que eu queria gritar, mas não gritava. Guardo cada pedaço desse todo com muito carinho, saudoso por cada fase que construiu quem eu sou hoje. Aquela folha em branca do Word me fez companhia em desabafos, em projetos, em metáforas de dias que eu vivia. Cada ano me oferecendo desafios diferentes e cada vez maiores. E, enquanto tudo acontecia, minha escrita evoluía junto com a maturidade absorvida por cada experiência.

Certa vez alguém me disse que todo mundo tem uma forma de descontar seus sentimentos mais intensos. Alguns recorrem à violência, alguns guardam para si até implodirem e tem aqueles que escrevem.

Eu escrevo.

Ou, pelo menos, tento dar o melhor de mim para transformar o pensamento em alguma coisa bonita de se ler. O importante é que, em todo esse tempo, muitas dessas histórias atingiram os seus objetivos. Que é o de tocar alguém, mesmo que não seja a pessoa citada no texto. Alguém que se reconhece no que foi escrito. Por mais que a leitura seja um hábito raro no lugar que vivemos, ouvir uma pessoa dizer que gostou de uma criação sua já é suficiente para continuar escrevendo, ou melhor, descontando quaisquer sentimentos intensos que transbordarem no frenético movimento percorrido pelos dedos no teclado.

O que você tem em mãos é muito importante para mim. É basicamente o registro de dez anos da minha vida. O desenvolvimento da escrita de um aspirante a autor, em um treinamento constante recheado por parágrafos que vão do sublime ao desnecessário.

E é isso que você, prezado leitor, enfrentará. Antecipo desde já meu mais sincero pedido de desculpas pelo comportamento estapafúrdio da minha mente.