Reflexões sobre o pensar científico

Por: Alexandre Morillas Marques

O livro Freud - Estudos. Vol. 1 Reflexões sobre o pensar científico, abre uma série sobre a obra de Freud, onde os principais tópicos abordados apresentam a crítica como cerne, cujo propósito é alertar o teórico acerca das infindáveis armadilhas de uma censura que assola a humanidade há milênios: o axioma.

O processo de avanço civilizatório, que dividiu o mundo em Oriente e Ocidente, ceifou o homem politeísta, provocando a origem das principais religiões, entre elas o Racionalismo, escravizando o homem grego, à eterna busca das ilusões. A projeção pitagórica de um mundo formado por números, a origem divina das formas geométricas por Platão, as demonstrações sem a necessidade da verificação por Euclides, levou o homem ocidental a desvios catastróficos, especialmente depois das especulações dos físicos modernos acerca da entidade imaginada por Leucipo, e levada adiante por Demócrito: o átomo. Todo o corpo teórico da ciência, oriundo das crenças religiosas, rege ainda o pesquisador, que uma hora ou outra, apelará para a invenção, devido à pressão axiomática que o proíbe da desconfiança, ameaçando-o com a incerteza. O superego acadêmico, provavelmente surgido de uma projeção do homem-deus em um totem, revela o beco sem saída da liberdade humana e do pensamento genuíno, culminando na impossibilidade de uma democrática relação entre os homens.