Por: Antonio Costta
A produção de Antonio Costta remete muito ao sacro, com muitas quadrinhas dirigidas à sua divindade, cristão fervoroso que é. Mas, como é da tradição das quadrinhas, o lírico é a tônica. No geral, o trabalho de Costta enfatiza sua identidade enquanto cidadão, sua visão de mundo, crenças e valores, com forte influência de seu território sagrado, a velha Pilar de Zé Lins e Manoel Xudu:
Quem nunca escreveu um verso
Em Pilar fica inspirado,
Contemplando o universo
De Zé Lins com seu passado.
Com esse DNA cultural, Antonio Costta passeia no mundo da trova ou quadrinha, poema de quatro versos e sete sílabas em redondilha maior que tem um nome feio: poema monostrófico. As quadrinhas não têm títulos. À coleção de Antonio Costta, que ele publica agora, eu daria o título de “Cantigas de amor e fé de um nobre cavalheiro e menestrel da paz”.
Fábio Mozart
(Poeta, dramaturgo e jornalista)
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