Por: João Rosa de Castro
Depois de ter lido e relido (ou às vezes até ruminado) Nietzsche, descobri que muito se fala para dizer uma única frase que valha a pena ser lida ou dita. Tanto papel e tinta e massificação cultural devem levar certos autores aos infernos com viagens só de ida. Se não é para ser relido, não vale a pena ser lido.
Portanto, é com muita honra que agora estou lendo o caro Sigmund com mais sossego, daqui da janela da sala, de onde posso ver os passantes do meu bairro, crianças brincando na rua, gente cada vez mais interessante, a quem, sempre que posso, faço notar minha presença.
Ao ler o pai da psicanálise deliciosamente, em voz alta, usando ora um tom ora outro, ora um sotaque ora outro, interrompendo para comentar de mim para mim, como se estivesse interagindo com o autor, inicio a análise dos meus próprios sonhos, a par e passu com suA Interpretação dos Sonhos, depois de ter encontrado a chave da cura para os meus piores males, repousando o que chamo o ápice da minha cura no interior do seu O Ego e o Id e outros trabalhos.
Livros com menos de 70 páginas são grampeados; livros com 70 ou mais páginas tem lombada quadrada; livros com 80 ou mais páginas tem texto na lombada.
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