A união das ITCPs

Por: Ataualpa Luiz de Oliveira

De forma geral, vincular-se significa estabelecer uma relação, um elo com algo ou alguém. Desse ponto, podem-se ter relações formais e ou informais, sendo os vínculos e seus formatos, configurações pré-estabelecidas ou, ainda, acontecendo sem um prévio estabelecimento. Neste livro, o aspecto relacional estará em foco em vários instantes, visto que, este trabalho se embasa em uma pesquisa realizada junto à Rede universitária de Incubadoras tecnológicas de Cooperativas populares, e os vínculos sociais constituintes e mantenedores dessa instituição foram foco de análise.

As Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares (ITCPs), envoltas em um processo de exclusão, falta de oportunidades e altas taxas de desemprego, desenvolvem-se inseridas em instituições de ensino superior e articuladas, principalmente, pela Rede Universitária de ITCPs.

As incubadoras de cooperativas populares se apresentam e desenvolvem suas ações no contexto da crise do mundo do trabalho e suas conseqüências, nas últimas décadas. Seu trabalho se desenvolve com o objetivo de articular formas e possibilidades alternativas de geração de trabalho e renda para indivíduos excluídos, precarizados e sem meios, a priori, de inserção efetiva no mercado de trabalho.

Após o surgimento das primeiras ITCPs, na década de 1990, observou-se um crescimento considerável no número desse tipo de organização. Grande parte das novas incubadoras está vinculada à Rede Universitária de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares, também denominada de Rede de ITCPs. Pode-se dizer que tais organizações vislumbram, no cooperativismo popular e na economia solidária, a alternativa econômica e social a ser perseguida e construída.

Nesse contexto, insere-se o debate deste livro, buscando compreender a dinâmica de vinculação e manutenção das entidades que constituem a Rede de ITCPs.