Por: ADEILSON NOGUEIRA

A analogia da forma entre esses mitos e a história da Bíblia é impressionante. É a mesma tradição, mas tomada em outro sentido, simbolizando uma invenção da ordem material em vez de se aplicar ao fato fundamental da ordem moral, ainda mais desfigurado por essa concepção monstruosa, muito comum no paganismo, que representa a divindade como um poder formidável e hostil, ciumento da felicidade e do progresso dos homens. O espírito do erro tinha alterado entre os gentios essa misteriosa memória simbólica do evento que decidiu o destino da humanidade. O autor inspirado de Gênesis assumiu novamente a forma que ele havia vestido com um sentido material; mas deu a ele seu verdadeiro significado e trouxe à tona o ensinamento solene.

Lutero, no entanto, também concordou com a doutrina católica romana da Imaculada Conceição (que Maria foi concebida livre do pecado original) dizendo:

[Maria] é cheia de graça, proclamada inteiramente sem pecado. A graça de Deus a enche de tudo de bom e a torna desprovida de todo mal. Deus está com ela, o que significa que tudo o que ela fez ou deixou de fazer é divino e a ação de Deus nela. Além disso, Deus a protegeu e protegeu de tudo o que poderia ser prejudicial para ela.

A doutrina do pecado original, portanto, não imputa o pecado do pai aos filhos, mas apenas declara que eles herdam dele uma "natureza humana privada da santidade e da justiça originais", que é "transmitida por propagação a toda a humanidade".