Por: ano 1, n. 3, jul./set. 2019.
Editorial
O ser humano é portador natural da razão - nesse sentido,
todos os homens e mulheres são iguais, mas só alcançam a
condição de cidadãos quando instrumentalizam a razão, ou
seja, quando incorporam toda a gama de saberes que os
habilitam a decidir os destinos da coletividade a que
pertencem. Por este motivo, a Educação é essencial à
cidadania e ao Estado Moderno. Naturalmente, assim
como num momento anterior à Modernidade a posse e
propriedade do saber determinou a centralização do poder
nas elites; a partir do Estado Moderno, igualitário e
democrático, a distribuição do saber, através da Educação
universal, tornou-se a base para a construção de uma nova
sociedade. Deste modo, a Educação, na medida em que
zelou pela coletivização do saber, trabalhou em função da
utopia de todos terem chances iguais de exercer o poder.
Ao analisar o projeto institucional da Educação brasileira
atual, Vicente Martins pontuou: “que a mesma é inspirada
nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana, tendo por finalidade o pleno desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício da cidadania [...]”.
Isso implica a construção de uma nova sensibilidade na
Educação, cuja natureza se aproxime da integralidade do
ser. De alguma maneira, educar plenamente para a
cidadania rompe com o distanciamento racional proposto
por Descartes, na gênese da Modernidade. Educar para a
cidadania é muito mais do que preencher intelectos com
saberes científicos; é aprimorar o educando como pessoa
humana, para que ele atinja a plenitude do acesso e possa
compor ajustada e conscientemente o corpo social,
ofertando aos seus pares o que dele se espera e deseja, na
construção de uma sociedade igualitária e justa. Boa
leitura!
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