Por: ADEILSON NOGUEIRA

“Pálida, não, mas mais do que neve branca do

que sem ventos, numa bonita colina de flocos,

parecia uma pessoa cansada.

Quase um sono doce em seus lindos olhos,

já dividido por seu espírito,

era o que os tolos chamam de morrer; a

morte estava linda em seu lindo rosto".

“No mesmo mês de abril, no mesmo sexto dia, na mesma primeira hora, no ano de 1348, essa luz foi tirada de mim enquanto eu estava em Verona, ignorando meu destino. Sinto certo consolo ao escrever essa amarga lembrança de um evento cruel...” .

No dia 6 de abril de 1348, Laura de Noves, amante de Petrarca, morreu. Ela era descendente de uma família provençal que se extinguiu no século XVI, herdou uma grande fortuna pela morte de seu pai e se casou com Hugh de Sade, de Avignon. Ela era considerada a mulher mais bonita da cidade. Petrarca diz que foi às seis horas da manhã do dia 6 de abril de 1327 que a viu pela primeira vez na igreja das freiras de Santa Clara; e foi na mesma hora do mesmo dia, 1348, que ela morreu de peste. Quase dois séculos depois, alguns antiquários obtiveram permissão para abrir seu túmulo. Eles encontraram um pergaminho dentro de uma caixa de chumbo, contendo um soneto com a assinatura de Petrarca. Esta é a sua história.