Por: ano 2, n. 6, abr./jun. 2020.
E d i t o r i a l
É preciso realizar uma revisão dos pressupostos
epistemológicos que sustentaram o modelo de ciência
hegemônica, especialmente, no século XIX, de maneira
que eles não mais possam justificar as relações de
dominação, exclusão e violência, na América Latina. Os
novos paradigmas científicos devem levar em conta as
profundas contradições históricas e as práticas
sociopolíticas, presentes no âmbito social, cultural e
econômico latino-americano. Apenas dessa maneira, o
fazer científico será capaz de fortalecer identidades e
reconhecer as heterogeneidades dos sujeitos, espalhados
pelos vários cenários desse imenso continente.
Diante da pluralidade latino-americana, não há como se
adotar um modelo epipstemológico único, sobretudo,
frente à heterogeneidade e à diversidade de situações
sociolinguísticas, culturais, históricas e de formação,
vividas pelos sujeitos e por suas comunidades. Cabe,
portanto, aos pesquisadores, a tarefa de refletir e
promover a integração dos conhecimentos, buscando
mecanismos de interação entre esses conhecimentos e as
mais variadas cosmovisões, que se apresentam nas
vivências latino-americanas, o que é de suma importância,
sobretudo, diante das negações culturais a que as pessoas
estão submetidas. Isso demanda a formação de
pesquisadores, que estejam aptos a dialogar com saberes
de natureza étnica e de ordem acadêmica, ou seja, implica
a formação de docentes-pesquisadores dispostos a assumir
novas perspectivas epistemológicas.
Boa leitura!
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