Por: FAEC
Editorial
Março de dois mil e vinte! Data que se constituiu como marco divisor da história da educação contemporânea, em razão de um fenômeno inusitado: fecharam-se as escolas em razão do flagelo da pandemia provocada pelo invisível inimigo: um vírus avassalador que atravessou continentes e desembarcou em terras brasileiras. De repente, o mundo parou! Pessoas correram para seus lares, se viram obrigadas, por força da medida sanitária, a fazer o chamado isolamento social, com normas de distanciamento impostas, para se evitar a contaminação e proliferação da infecção.
Dias passaram-se, semanas e a pergunta que ecoou de norte a sul do país: as escolas precisaram ser fechadas. E agora? Para onde irão as crianças e jovens, que todos os dias, ocupam pátios, salas de aulas, laboratórios, bibliotecas? Fato é que, de uma hora para outra, pais, responsáveis se depararam com uma realidade incontornável: escola, de portas cerradas. O que fazer? Como ensinar as lições, conteúdos aos jovens? E os pequenos, como os pais poderão trabalhar (no caso, daqueles que atuam nos serviços essenciais)?
No certe de tantas interrogantes, flui algo inusitado: a invisibilidade do ofício dos educadores começa a dar lugar a angústia das pessoas. Diante do inusitado, de tantos medos e incertezas por conta de uma doença, que pouco se sabe, até então, emerge outra questão gigantesca: o que fazer, sem as escolas? Tradicionalmente, Escola se constituiu, no imaginário popular como lugar seguro, onde se pode deixar as crianças, jovens para que, ali, os professores pudessem ensinar-lhes saberes, conteúdos essenciais à vida. Na escola, se depositavam esperanças de dias melhores, onde os discentes iriam construir com o esforço dos educadores, as trilhas de um futuro melhor.
E agora José? Professores, merendeiras, funcionários, diretores e alunos agora, estão do outro lado dos portões: excluídos do convívio e de todo potencial que se tinha construído como cenários educativos, resguardados pelos muros das escolas. Debates se avolumaram entre pais, educadores, gestores e algumas propostas vão surgindo com o passar dos dias: seria possível o ensino remoto? Algumas instituições, saíram á frente e aderiram ao ensino por intermediação tecnológica. Outros iniciaram-se, mesmo que de forma incipiente nos meandros da Ead.
O presente número da Revista Olhares Docentes propõe a abertura do diálogo sobre a Educação em tempos de pandemia. Obviamente, como de costume, não se pretende dar a palavra final sobre o tema, mas, antes, contribuir com a discussão, permitindo que a voz dos professores do Semiárido baiano seja ouvida em todo o país.
Boa leitura”
Equipe coordenadora
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